Em Arinar, o Ano Novo sempre foi um momento de renovação e esperança. Na véspera, os jogadores se reuniam em Ayvondil, na praça central abaixo da grande árvore, para celebrar, soltando lanternas e fazendo seus desejos para o futuro.
Mas, naquele ano, algo estava diferente. O inverno, que normalmente cobria o mundo com uma camada espessa de neve, parecia mais ameno. A neve era escassa, e uma sensação de desconforto se espalhava entre os jogadores. O vento, que antes trazia um ar gélido e revigorante, agora estava morno, como se o próprio mundo estivesse cansado.
Viverine, uma paladina experiente, estava na praça com sua lanterna, sentindo uma leve inquietação em seu coração. Ela sempre amara o Ano Novo em Arinar, pois a sensação de renovação e a esperança de um novo começo preenchiam seu espírito. Mas naquele ano, a festa parecia ter perdido parte de sua magia. O céu, que costumava brilhar com as estrelas da noite de Ano Novo, agora estava coberto por uma névoa amarela que engolia as luzes. O calor inusitado daquele inverno não era um capricho da natureza. Viverine sabia que as mudanças no clima estavam deixando sua marca, e o aquecimento global parecia mais real do que nunca.
Ela olhou para o céu, preocupada. O calor parecia esmagar a esperança, como se o próprio ar estivesse se esgotando. O aquecimento global, que antes parecia um fenômeno distante e abstrato, agora estava ali, diante de seus olhos, tornando o Ano Novo mais difícil de ser celebrado.
Naquele momento, a praça se iluminou com uma nova presença. O velho ,que é uma figura mítica de Arinar, apareceu no centro da praça. Sua barba longa e branca parecia brilhar com uma luz própria, e todos os jogadores se viraram para ele com uma mistura de admiração e receio.
Viverine se aproximou, curiosa. O barbudo olhou para ela e para os outros jogadores, e com um suspiro profundo, disse: "Isso só poderia acontecer em Arinar durante o Ano Novo, quando o mundo nos lembra que o equilíbrio entre o que temos e o que perdemos é mais delicado do que imaginamos."
Viverine o observou, confusa. "O que quer dizer com isso, senhor?"
Ele olhou para o céu e respondeu: "Nosso mundo está aquecendo, Viverine. O inverno, a neve, tudo o que amamos pode desaparecer, como as lanternas que soltamos ao vento. Estamos pedindo ao céus por algo que não sabemos como manter. Mas, talvez, ao invés de apenas pedirmos, devemos agir."
Viverine olhou para sua lanterna. Agora, entendia que sua verdadeira responsabilidade era garantir que o mundo de Arinar , e o mundo real , continuassem a ser testemunhas dessas celebrações. Com determinação, ela soltou sua lanterna, jurando fazer sua parte para que o calor do planeta não ficasse mais quente do que os corações dos guerreiros que se foram já haviam queimado .