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Em meio ao deserto, debaixo do escaldante sol, Sulliah, uma xamã, voltava para a capital de Almahad, o deserto não a incomodava, pois agora já sabia como atravessá-lo. Conforme seu camelo avançava, sua curiosidade aumentava, pois alguns dias antes, havia recebido uma carta, informando que o califa tinha encontrado uma informação significativa para o que ela buscava naquele lugar. A Orbe Astral da Serpente. Um item de extremo poder, capaz de conceder a feiticeiros um aumento em sua magia, assim como em outros atributos, dizem que este artefato está escondido em algum templo, oculto pela magia do deserto e é protegido pela entidade cujo nome é Dama Alada. A entrada, enfim, estava bem à sua frente, os portões da capital se abriram e logo ela avistou Lyo, um dos líderes do conselho dos cinturões dourados e chefe da guilda que ela participava. Perto dele, sentado junto à parede, um mendigo que Sulliah conhecia, comia um pão envelhecido. Ela chegou até ele e como de costume lhe deu algumas moedas. - Continue a usá-las com sabedoria. Ela voltou, se virou para seu líder, se cumprimentaram e juntos foram ao palácio do califa. Durante o trajeto, relembraram momentos da guilda, as vitórias sobre outras guildas nas desoladas Dunas Douradas e como Sulliah havia sido fundamental para impedir o avanço delas, enquanto lidavam com a Centopeia Colossal. Rapidamente chegaram ao palácio. Lyo se despediu e voltou a seus afazeres. A audiência não perdurou por muito tempo, Sulliah saiu do palácio, as notícias não eram boas, foi encontrado um pergaminho antigo, que descreve sobre um poderoso item em um lugar além do Reino Escorpião. Ela sabia que ainda teria desafios a serem superados até que alcançasse o artefato, mas não iria desistir, e rapidamente parte da capital pelo mesmo portão que entrou. Olhando para o canto da parede vazio, um sorriso surge em seu rosto, afinal, sua vinda ali não tinha sido totalmente em vão. Alguns dias depois, ela volta ao Reino Escorpião, e em um momento de descanso, durante uma noite estrelada, ela vai ao limite intransponível do reino e observa suas altas montanhas, mas algo que se movia lhe chamou atenção, logo pensou ser alguma criatura, mas então percebeu que era apenas um homem, que vinha do outro lado, e olhando novamente, viu que era o mendigo que ela ajudou alguns dias antes, surpresa e sem saber o que falar ela vê o senhor passar por ela cambaleante, mas antes que se afastasse, ela pergunta: - De onde vens, senhor? O velho vira o rosto mostrando um sorriso cansado. - Como assim de onde? De Borea, é claro! Sulliah tenta entender aquelas palavras, mas parecem surreais demais para ela. O velho se aproxima devagar e em um sussurro diz: - Um zigurate, um portal, é tudo que falarei. Mas não se apresse, suba degrau por degrau. O velho se vira e volta a andar para longe até sumir em meio a areia avermelhada. Sulliah volta a encarar as altas montanhas. - Está lá, em algum lugar...
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''Da escuridão surge a luz'', é com esse lema que Lunarin viveu, um Invocador das Feras elfico, outrora um grande caçador, hoje apenas uma lenda, mas sua história contra um antigo inimigo nas dunas de Almahad inspira fé no coração dos elfos até hoje. Muito antes do chamado dos deuses para que os Invocadores das Feras retornassem a Melvendil, Lunarin viajou o mundo junto a sua majestosa fera lunar, procurando as mais perigosas batalhas, e foi nas dunas de Almahad que ele encontrou um adversário a altura, um comandante-escorpião, uma criatura híbrida entre humano e fera, que atacava caravanas dos mercadores da liga sem-correntes, ele tinha pelo menos 5 metros de altura, usava duas espadas imensas que poderiam facilmente partir um elfo ao meio, mas Lunarin jamais se intimidaria, pois com sua fera lunar, ele já havia passado por incontáveis batalhas e sempre tivera sucesso. Ele sabia que esse inimigo era perigoso, possuía a força e a ferocidade de uma fera, com a astúcia e inteligência de um humano. Lunarin vagou pelas dunas por semanas atrás do inimigo, quando em uma noite chuvosa, ele encontra o comandante-escorpião. Lunarin sabia que se atacasse sorrateiramente poderia dar um golpe certeiro no inimigo, mesmo com o imenso tamanho a criatura deveria possuir alguma fraqueza. Lunarin então partiu para a luta, junto de sua Besta Lunar, eles lutavam como um, Lunarin curava os ferimentos de sua fera, enquanto ela absorvia a maioria dos golpes do comandante-escorpião, eles eram implacáveis lutando, a própria floresta obedecia ao chamado de Lunarin, as folhas giravam ao redor da besta lunar e do próprio elfo, como uma espiral de adagas, dilacerando tudo que ousasse chegar perto deles, era como se eles dançassem na batalha, atacando em conjunto e recuando, mas os ataques de ambos eram praticamente em vão, pois a armadura natural do comandante era praticamente impenetrável, nem mesmo a magia lunar de Lunarin conseguia surtir efeito contra tal adversário, e em um golpe rápido com suas lâminas o comandante-escorpião parte a fera lunar em duas, a matando sem misericórdia. Lunarin desolado, tenta invocar vinhas para prender o escorpião, mas ele ignora as raízes que estavam em seu caminho enquanto caminha rumo a Lunarin, o elfo cai de joelhos enquanto solta sua lança e fecha os olhos, dizendo palavras antigas, em súplica a Nuadu, ''- Nuadu, chegou a hora. Minha vida pela dele'' diz o elfo, a chuva cessa enquanto os céus se abrem e uma imensa lua cheia está sob eles, radiante como nunca esteve, parecia que o próprio Nuadu estava ali, para atender a súplica de um filho querido, à luz da lua aumentava enquanto toques lunares começavam a cair sob o comandante-escorpião, incinerando-o pelo poder divino de Nuadu, sob seu corpo um filhote de besta lunar surge, como um presente do próprio deus para o elfo que sai vitorioso da batalha. A lenda lembra os elfos a sempre acreditar em Nuadu, mesmo nos momentos mais sombrios.