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Relíquias de um passado esquecido


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Há séculos atrás, um pouco após a grande guerra da lança, a parte nordeste da ilha de Ayvondil se elevou aos céus, deixando o resto da ilha, começando a flutuar rodeada apenas por nuvens, levando consigo os trolls de Tom-logu e os sátiros de Pelion, que agora habitam o sul do arquipélago flutuante, ambos os povos possuem relatos de um povo chamado "cara-azul", criaturas de aparência élfica com seus rostos azuis, possuindo poderes e conhecimentos extraordinários sobre mecanismos e magia, inicialmente coexistindo pacificamente com os outros povos, deixando eles ao sul, enquanto habitavam o norte, os cara-azul, conseguiram ver alguns dos efeitos causados pela guerra da lança, e começaram a criar um lar nas ilhas flutuantes, porém, estando em menor quantidade, construíram com ajuda dos trolls, mestres na arte do trabalho com os metais, máquinas para seu auxílio, criaturas que apenas precisam de água, e possuem pele de ferro, vindos de uma imensa fábrica nas extremidades do arquipélago, que dia e noite trabalhava os metais, aumentando mais e mais seus números, utilizando a força de trabalho dos trolls em conjunto com suas máquinas, criando várias maravilhas ao longo do arquipélago, eventualmente conectando todas as ilhas.

 

Entretanto, um engenheiro dentro da irmandade, que parcialmente ajudou a construir a grande fábrica, criou um ódio por aqueles que não possuem o conhecimento que se iguale ao dos cara-azul, ele olha para os sátiros e trolls com desgosto, os considerando ignorantes e inferiores, seus dois irmãos, Houni, um dos cara-azul que havia largado um pouco as máquinas e mecanismos, passando mais tempo com os povos do arquipélago, aprendendo seus costumes, tradições e sua língua, negociando com os sátiros e trolls em nome dos cara-azul, e Yelk, aquele que havia liderado a jornada da irmandade nas ilhas, desenhando e colocando em prática várias das criações da irmandade, tentavam mudar a mente do engenheiro, mostrando que seu ódio contra esses povos eram sem motivo, mas ele se recusava a escutar seus irmãos.

 

Muito tempo se passou, e o engenheiro ainda guarda esse rancor dentro de si, e seus irmãos já desistiram de tentar mudar sua mente, eventualmente apenas o pedindo para que simplesmente evite os outros, e fique apenas com eles, na parte norte das ilhas, o engenheiro aceitou com certa relutância, vendo aquilo como um ato de restringir a sua liberdade, mas realizou o pedido de seus irmãos, entretanto, alguns dias após esse pedido, um festival começou em Pelion, muito prezado pelos sátiros, e esses não se esqueceram de convidar os cara-azul, apesar de nem todos eles irem, o engenheiro foi levado junto aos outros, e a noite do festival, eles partiram em direção a cidade, acompanhados por algumas máquinas para sua proteção, e Houni comentava durante a viagem sobre o festival

— Os sátiros prezam muito por este dia, nessa época, os melhores vinicultores entre os sátiros produzem seus vinhos, sendo provado e julgado pelos seus anciãos, caso algum deles o ofereça, não recuse, isso pode ser visto como um desrespeito.

Chegando a Pelion, já era noite, e as comemorações estavam prestes a começar, era possível ver sátiros de todas as idades se reunindo para o festival, e logo são bem-vindos por um sátiro mais velho, o engenheiro é incapaz de entender as falas do sátiro, porém Houni o responde, falando tão naturalmente quanto respirava, conversando um pouco, até que o sátiro se retira, olhando novamente para seus companheiros

— Ele deu boas vindas ao festival, também disse para acharmos um lugar para ficar e ver o festival, daqui a pouco os anciãos vão julgar os vinhos.

Seguindo para o centro de Pelion, observando as festividades um pouco distantes, vários sátiros mais velhos podem ser vistos no centro da cidade, dando retoques finais antes de servirem seus vinhos, após alguns minutos a competição começa, os anciãos parecem bem críticos em relação ao vinho, os vinicultores mais velhos eventualmente se sobressaem por sua experiência, e após a competição um dos anciãos convida os cara-azul para beber um pouco do vinho melhor avaliado, aceitando por respeito, todos começam a provar, falando para Houni como ele estava, todos julgam o vinho de maneira positiva, porém o engenheiro ao olhar para alguns de seus irmãos, conseguia ver uma expressão de nojo e desgosto, chegando a sua vez, o engenheiro começa a beber o vinho, começando a sentir seu gosto, era horrível, o gosto apenas o fazia desejar o doce alívio da morte, não aguentando, o engenheiro cuspiu todo o vinho fora, levemente passando mal, rapidamente se tornando o centro das atenções, sendo observados pelos vários sátiros, após conseguir tirar o gosto da sua boca, o engenheiro olhou ao seu redor, vendo os vários rostos o observando, decidindo se afastar, ele saiu da cidade às pressas, sendo seguido por Houni, o perdendo de vista entre as ilhas, começando a o procurar na noite.

 

Quando Houni o encontrou, o viu sentado na borda de uma das pontes que conectam as várias ilhas, observando o mar de nuvens abaixo de seus pés, e ele lentamente se aproxima até ouvir a sua voz

— Ainda insiste em vir aqui? Apenas para tornar essa situação pior? Você não sabe apenas me deixar em paz? Eu nunca quis ir naquele festival idiota, mas vocês mesmo assim insistiram.

Houni o responde

— Sinto que você apenas precisa de um pouco de paz, você está assim pois não gosta daquelas pessoas não é?

O engenheiro virou-se, olhando para seu irmão

— Aqueles bodes idiotas não sabem de nada, e mesmo assim, vocês ainda não os exterminaram dessas ilhas, esse é o nosso lar, não deles.

Houni se aproximou mais ainda do engenheiro, tentando o acalmar

— Essa não é a questão, nós vimos o que a guerra causou, as consequências foram para todos nós, essas pessoas não tem muito conhecimento, é o nosso dever os proteger, se não todos eles provavelmente estariam mortos, além disso, eles ainda não causaram nenhum mal.

O engenheiro respira profundamente, o olhando nos olhos, tentando concentrar uma emoção, mas não conseguindo ter raiva de seu irmão, falando em um tom mais baixo

— Vocês estão cegos, se importam demais com aqueles seres insignificantes, esquecendo uns aos outros, eu não irei mudar minha mente, aquelas pessoas, vão sair dessas ilhas, querendo ou não.

O engenheiro se afasta, começando a caminhar para o outro lado da ponte

— Volte para os outros, e voltem para casa, eu irei resolver isso, e todos nós poderemos sermos felizes novamente

O engenheiro some, entrando dentro da escuridão.

 

Houni volta para o festival, voltando juntamente aos outros para o norte do arquipélago, com uma dúvida atrás de sua cabeça, de onde o engenheiro teria ido.

 

Enquanto os dias passavam, sem ver seus irmãos, o engenheiro concentrava sua raiva, jurando exterminar esses povos ignorantes, sorrateiramente pegando mais e mais soldados mecânicas das fábricas sem o consentimento dos outros, lentamente planejando com delicadeza seus planos, contando com todas as possibilidades, até chegar a oportunidade certa.

 

Eventualmente, com o instinto de expansão das espécies, os sátiros começaram a se aventurar além da parte sul do arquipélago, o engenheiro observando essas criaturas chegando perto de suas criações, ordenou seus soldados mecânicos atacarem os aventureiros, e assim vários relatos começaram a surgir em Pelion, falando sobre os aventureiros que nunca retornaram, pedindo ajuda aos cara-azul para encontrá-los, seus pedidos foram respondidos por Yelk, que juntamente com alguns soldados mecânicos, sátiros e outros cara-azul, patrulhavam os sertões, em busca dos aventureiros desaparecidos.

 

Se deparando com algumas cenas que os assombrariam pelo resto de suas vidas, entre as passagens das ilhas, repleto dos corpos sem vida daqueles que ousaram desafiar o engenheiro ao entrarem em seu território, juntamente aos cadáveres, algumas de suas criações destruídas, manchadas de sangue, lágrimas caiam dos rostos dos sátiros e dos cara-azul, tendo que levar os cadáveres para Pelion, pensando nos rostos de suas famílias e vendo a tamanha desgraça que essas máquinas apenas criadas para seu auxílio, são capazes de fazer, Yelk estava horrorizado, seu coração se enchia de tristeza e raiva, procurando pistas de quem poderia ter feito tamanha carnificina, sem sucesso.

 

Os sátiros recolheram seus mortos, voltando para Pelion, e os cara-azul retornaram para o norte, apenas para descobrir que sua fábrica não respondia suas ordens, algo estava errado, e Yelk preocupando com a segurança dos seus companheiros e Houni, pediu a eles que ficassem seguros junto com os soldados mecânicos que ainda recebiam suas ordens, com a ideia que como o líder da irmandade, deveria encontrar o responsável, e acabar com ele uma vez por todas, partindo sozinho no meio da noite, em direção a fábrica.

 

Durante sua jornada, ele percebeu que seus arredores estavam ficando cada vez mais mortos e podres com a poluição gerada pela fábrica, destruindo totalmente a beleza de umas das ilhas, também conseguia perceber algumas patrulhas mecânicas, rondando os arredores, procurando por vítimas, precisando se esconder e até mesmo se arrastar pelos campos mortos, para não ser encontrado, eventualmente chegando a fábrica, cheia de luzes, em meio os campos, conhecendo ela tão bem quanto a palma de sua mão, ele conseguiu entrar sem ser percebido, a fábrica havia sido expandida, conseguia ver novas linhas de produção, criando máquinas que nunca havia visto, feitas especialmente para a guerra, continuando até o centro da fábrica, passando por inúmeras máquinas e dispositivos letais, ele conseguia ver alguém numa estrutura elevada, observando a fábrica, porém era impossível a identificar pela distância, decidindo se aproximar sorrateiramente, encontrando um elevador movido por engrenagens que o leva para a estrutura.

 

A pessoa que observava a fábrica, ouviu o elevador abrindo na sala onde estava, se virando e olhando para o cara-azul, sendo reconhecido por Yelk, era o engenheiro, seu irmão olhava o engenheiro nos olhos, e não sabia se expressar, não sabendo se o que sentia era raiva, tristeza ou desgosto, ele caminhou até ficar a cinco metros do engenheiro, começando a falar

— Você...Não…

— Foi você que fez aquela desgraça!?

O engenheiro suspirou por um segundo

— O que você chama de desgraça, eu chamo de purificação…

Sendo interrompido por Yelk

— Purificação!? Você perdeu sua cabeça!? O que aquelas pessoas fizeram a você!?

O engenheiro aumentou seu tom de voz junto a seu irmão

— Vocês perderam a cabeça! E o que aquelas criaturas fizeram para vocês!? Nada! Vocês se importam demais com elas, esqueceram o inferno que passamos para chegar aqui, e deixar aquelas coisas tomarem o nosso lugar!? Eu não vou deixar!

Yelk finalmente conseguiu concentrar uma emoção, raiva, fechando seus punhos

— E eu pensando que você só precisava de um tempo, que era algo temporário, eu estava errado, mas agora eu vou corrigir meu erro.

Rapidamente disparando em direção ao engenheiro, tentando o acertar com um soco em sua cabeça, porém, o engenheiro conseguiu se afastar rapidamente

— Pare, você não é meu inimigo aqui, Yelk.

Seu irmão ouvindo suas palavras, tentou o acertar novamente, sem sucesso

— Mas com o que você fez, você se tornou o meu!

Sendo surpreendido por um soco em seu ombro, o engenheiro recuou, porém foi alcançado pelo seu irmão, recebendo alguns golpes em seu peito, até que resolveu revidar, socando o seu irmão na cabeça, o fazendo recuar, se aproximando da extremidade da estrutura onde estavam, Yelk cospe um pouco de sangue após o golpe e olha para o engenheiro, sorrindo, avançando novamente, e o engenheiro avança junto, o empurrando com ambas as mãos quando se encontram, o impulso que o engenheiro o deu, fez com que Yelk recusasse bastante e perdesse seu apoio, caindo para trás, acabando também caindo da estrutura, e o engenheiro correu para a extremidade, olhando sua queda, vendo ele cair com suas costas em cima de uma das esteiras da fábrica, que levava ferro para os fornos, o engenheiro apenas via o corpo sem vida de seu irmão, sendo carregado pelas esteiras até um dos fornos, onde foi consumido pelas chamas, apagando qualquer traço da sua existência, enquanto a mente do engenheiro se esvaziava, sendo consumida pela raiva, tristeza e vergonha

 

O engenheiro, tomado pela vergonha após ser o responsável pela morte de alguém que ele mais amava, construiu uma máscara para esconder seu rosto, nunca mais a tirando, e culpou os sátiros e trolls, por terem o separado de seus irmãos, determinado em exterminar até o último de sua espécie.

 

Os cara-azul, preocupados por Yelk não retornar, se juntaram aos sátiros, e tentaram ter contato com os trolls, descobrindo que apenas alguns restaram, sendo a maioria de seu povo capturada, e forçada a trabalhar na mineração de metais para abastecer a gigantesca fábrica do engenheiro, sem sucesso em chamar os trolls, reuniram as poucas máquinas que tinham, abandonando o norte nas mãos do engenheiro, mas ele continuou a dominar as ilhas, os cara-azul juntamente aos sátiros tentaram resistir aos ataques do seu exército, porém, não possuíam a mesma tecnologia, nem os números, sendo esmagados, resultando na morte de vários sátiros e alguns cara-azul, apenas restando alguns poucos cara-azul, com Houni entre os cara-azul sobreviventes.

 

O engenheiro foi esgotando os seus recursos, precisando recorrer a magia que mantinha as ilhas flutuando, dando tempo aos sátiros e cara-azul que ainda restaram para pensar em algo que conseguissem fazer, até que, com auxílio de piratas responsáveis pelo transporte para as ilhas flutuantes, criaram o primeiro contato entre os sátiros e os sentinelas, e os trolls que ainda restaram em Tom-logu com a legião, criando alianças, e os usando como proteção e como uma arma contra o engenheiro.

 

O engenheiro, sendo atacado no leste e no oeste, não teve uma reação, lentamente sendo empurrado mais e mais para o norte, decidindo apenas atrasar os guerreiros sentinelas e legionários o máximo possível, os fazendo pagar com seu sangue, cada passo que davam no seu território, continuando aumentando seus números, porém, após um grande ataque a sua fábrica, realizado pelos guerreiros da legião, libertando os trolls de sua escravidão, se escondeu nas terras selvagens inabitadas, as enchendo de perigos e armadilhas, apenas como uma forma de atraso.

 

O engenheiro conseguiu adiar por um tempo o avanço, mas ele sabia que eventualmente os guerreiros conseguiriam o alcançar, construindo para si uma gigantesca armadura, feito de um material tão resistente, que apenas os pedaços da lança da guerra poderiam ser considerados mais resistentes, após um tempo, os ataques a seu esconderijo começaram, porém nem a legião, nem os sentinelas, tinham a capacidade de lutar contra o engenheiro no campo de batalha, entretanto, um sábio druida e um necromante perceberam isso, e resolveram fazer um acordo, se juntando na noite daquele dia, para dar um fim de vez no engenheiro.

 

Com o acordo firmado, durante a luz da lua, eles começaram a marchar, sofrendo muitas perdas atravessando as terras cheias de armadilhas, porém, chegando próximo a seu esconderijo, o necromante e o druida deram apenas alguns retoques finais, sobre seus planos, e a batalha se iniciou.

 

Os bárbaros e cavaleiros da legião abriram caminho entre as forças do engenheiro pelo leste, enquanto os paladinos e guardas atacaram do oeste, os soldados do engenheiro eram resistentes, sem vida, mas possuíam a determinação dos humanos, perdendo tudo e continuavam a atacar os guerreiros com uma ferocidade incrível, o engenheiro dentro de sua armadura, tentava estar nos dois lados, dando suporte as suas forças, seus passos pesados despertavam o medo nos corações dos guerreiros, mas esses, não se abalaram e continuaram, seus golpes eram capazes de neutralizar uma dúzia de homens, num golpe só, após abrirem caminho, os magos da academia do sol, juntamente com os bruxos da casa da escuridão, atacavam o engenheiro com esferas de pura energia negra e bolas de fogo que derretiam o mais forte dos metais, apenas sendo capazes de o retardar, não conseguindo perfurar sua armadura, até as suas forças começarem a o encurralar, o levando para a borda das ilhas, tentando o derrubar, e quando conseguiram o levar para a borda, um ataque concentrado dos magos e bruxos o atingiu, a sua força foi tão grande, que rachou sua armadura e lançou o engenheiro junto com a armadura para fora das ilhas, e os guerreiros observaram, enquanto ele rapidamente atravessava o mar de nuvens, para nunca mais ser visto, comemorando sua vitória.

 

Entretanto, o necromante e o druida viram um cara-azul na borda da ilha, olhando para baixo, conseguiam ver lágrimas escorrendo em seu rosto e caindo no chão, enquanto os guerreiros comemoravam, e ambos se aproximaram do mesmo o perguntando o que havia acontecido, e ele se recompôs e olhou para os dois ainda com algumas lágrimas em seus olhos, era Houni, falando enquanto enxugava as suas lágrimas.

— Nós ganhamos, mas a que custo?

 

Observando o abismo a sua frente por alguns segundos e partindo, deixando o druida e o necromante, indo reencontrar o resto dos cara-azul, onde todos então cavaram dois túmulos no meio do sertão, duas lápides com dois simples nomes, Yelk e Clark, nenhum deles transmitia nenhuma emoção de raiva, apenas tristeza, acreditando que o engenheiro jamais os machucaria, sendo suas mortes  resultantes apenas do confronto de máquinas e sátiros, e tão bruscamente quanto surgiram, desapareceram, procurando um novo lugar para chamar de lar.

 

Os sentinelas e legionários resolveram dar uma pequena trégua, enquanto limpavam as Ilhas dos perigos, principalmente das máquinas que estavam sugando a magia do arquipélago, os sátiros e trolls voltaram a manter contato com o outro, eventualmente se aliando após passar por tantas dificuldades, e encerrando seus conflitos, e juntamente com a partida dos cara-azul, foi deixado um legado, centenas de máquinas, mecanismos e criações incríveis agora destruídas, no meios dos sertões, tecnologias e conhecimentos esperando para serem desvendadas, e colocados em prática, maravilhas de uma civilização.

 

Sonhos esquecidos.

 

 

Personagem: Darksilver (Br-Tourmaline)

 

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